Se pudéssemos saber qual a mão exata do nosso adversário, seríamos capazes de tomar sempre a decisão perfeita em todas as situações. Porém, infelizmente, isso não é possível pela própria natureza do poker, jogado com cartas fechadas. Em vez de tentar prever a mão específica do adversário (algo naturalmente complexo e que exige tempo e experiência), pode-se trabalhar com o conceito de Ranges.
Um range no poker corresponde a um conjunto de mãos possíveis que um jogador poderá ter numa determinada situação.
Um jogador pode ter um range amplo (loose), que inclui muitas mãos possíveis, ou um range mais curto (tight), com menos possibilidades. Isso vai depender de fatores como a posição do jogador na mesa, o tamanho das apostas, o número de jogadores na mão e o estilo de jogo dos adversários.
Aqui vai um exemplo clássico: para jogar das posições iniciais em uma mesa de poker é sugerido um range mais fechado, composto pelas mãos mais fortes (88+; ATs+; AJo+; QJs+; KQo, por exemplo). Isso porque há vários outros jogadores por agir ainda e a chance matemática de alguém ter uma mão forte é considerável. Já das posições finais, quando não houver ação anterior, podemos muito bem abrir nosso range e incluir várias outras mãos (pares; A2s+; A2o+; broadways; suited connectors, etc). Nesse caso há menos jogadores por falar e a chance de ganharmos o pote já no pré-flop aumenta muito.
Compreender o range do adversário pode ajudar a tomar decisões mais claras, como por exemplo, se vale a pena arriscar um all-in ou se é melhor esperar por outra oportunidade, ou mesmo se é justo pagar uma aposta em determinada altura da mão.
Em resumo, o entendimento do conceito de range é essencial para jogar poker com sucesso. Isso permite que os jogadores tomem decisões mais bem estruturadas, baseadas em uma análise cuidadosa do cenário e informações atuais e das possibilidades futuras.
GL máximo a todos!
Expedito Gomes, jogador profissional, instrutor e colunista PixPoker.